DN/Lusa
O porta-voz da Tendência Esperança e Movimento (TEM), Mário Cunha Reis, acusou este sábado o presidente do CDS, Nuno Melo, de querer extinguir as correntes de opinião para não ser alvo de escrutínio, optando por adotar uma organização ao estilo de “comité central”.
“O senhor presidente e alguns dos que o acompanham mais de perto desejam o poder absoluto, controle total e escrutínio mínimo”, disse Mário Cunha Reis, durante o congresso do CDS que decorre em Aveiro e onde se discutem várias alterações aos estatutos do partido.
A extinção das correntes internas como figura estatutária é uma das propostas defendidas pelo presidente do partido, Nuno Melo, que considera que a eficácia deste instrumento “é nenhuma”, uma vez que só existe uma.
Para o porta-voz da TEM, a proposta feita pelo presidente do CDS é uma “tentativa de concentração de poder e redução de toda a forma organizada de escrutínio sobre a direção nacional”.
“Um dirigente político e um democrata deve promover a transparência e criar condições para que seja exercido um escrutínio a todos os níveis, de modo a reforçar a cada momento a sua legitimidade e a confiança dos militantes e eleitores na sua liderança”, disse Mário Cunha Reis, adiantando que esta podia ser a marca do mandato de Nuno Melo na tentativa de recuperação de um CDS “falido, desmoralizado e desacreditado”.
No entanto, o porta-voz da TEM disse que, ao invés, o presidente do CDS preferiu adotar “uma organização ao estilo de comité central”.
Uma das poucas vozes que também se levantou contra a extinção das correntes de opinião foi a de José Pedro d’Orey, para quem esta proposta é “um sinal de que não se quer que haja sinais de opiniões diferentes num partido que se devia querer plural como sempre foi”.
“Os sinais de hoje são de abafar todo e qualquer sentimento diferente ou diferenciador e não é dessa forma que se agrega, que se soma, que se cresce”, observou o fundador da Juventude Centrista (JC).
José Pedro d’Orey disse ainda não aceitar “políticas estalinistas dentro do CDS”, criticando a proposta de Nuno Melo por querer “silenciar o pensamento de quem quer que seja dentro do partido”. (…)
