CDS – Hora de Mudar!

O debacle das últimas legislativas fez soar os alarmes dentro do CDS.

Como sempre nestas ocasiões, a presidência assumiu as suas responsabilidades, anunciou a sua saída e pôs em marcha a realização de um congresso electivo.

Infelizmente, contudo, isso não basta: não é suficiente marcar um Congresso. É preciso que o CDS perceba as causas do problema e mude. Muito.

Infelizmente, não creio que as tenha percebido e a prova cabal disso mesmo surgiu logo umas semanas depois com o vergonhoso (a palavra ainda não foi proscrita e revela-se adequada para o caso) veto de gaveta que foi feito a Manuel Monteiro. Um partido que depois de sofrer um desaire eleitoral monumental, ainda se presta a estes tiques de autoritarismo ridículo (e ilegal), é um partido que não realizou o problema em que está metido…

É preciso mudar tudo: a mensagem errática dos últimos anos, os procedimentos internos e os protagonistas.

Quanto à mensagem, folgo em verificar que não faltam, agora, renomados militantes do partido que se afirmam de Direita, reclamando políticas de Direita e até, vejam bem, políticas de cariz conservador! Oxalá não seja Sol de pouca dura…

No que toca aos protagonistas, o próximo Congresso será decisivo. Não pelo debate de ideias, pois, num Congresso, malogradamente, o que não falta em discursos, sobra em contraditório. De resto, não tenhamos ilusões: pouco nos separa no plano das ideias, como se tem visto pelo posicionamento doutrinário e dos diversos candidatos.

Sejamos claros: o próximo Congresso só será útil, ou seja, só retirará o partido do torpor em que se encontra e o poderá voltar a galvanizar e a colocar ao serviço do país, se for feita uma profunda renovação da sua estrutura dirigente.

A razão é simples: o principal problema do CDS radica na falta de credibilidade das suas figuras gradas. Estão gastas. É normal: são muitos anos sempre os mesmos…

É hora de mudar e a mudança faz-se, principalmente, sublinho, com gente nova no partido, competente e frontal.

Seria obviamente desejável alcançar um consenso entre todos os candidatos e os seus apoiantes e talvez ainda seja possível fazê-lo. Numa palavra: nada impede, antes o reclama, que os candidatos escolham de entre os cinco, um para liderar. Seria um sinal de maturidade política e de desprendimento.

Sucumbindo essa hipótese, as candidaturas mais auspiciosas para a mudança que se exige fazer no CDS, sem desprimor para as demais, provêm de Abel Matos Santos e de Francisco Rodrigues dos Santos. Têm a frescura e a pauta certa para os próximos anos.

Seremos capazes de mudar?

Pedro Melo
Advogado e militante do CDS