Como é do conhecimento público, na madrugada do passado dia 28 Setembro, o Presidente da Comissão Política Concelhia do CDS de Ovar e Deputado da Assembleia Municipal de Ovar, morador nessa cidade, foi alvo de um disparo de uma arma de fogo, a curta distância, na rua junto à sua residência, do qual saiu ileso, tendo este incidente sido prontamente comunicado às autoridades policiais, como compete fazer a qualquer vítima de um crime.
Este incidente mereceu especial atenção por parte da comunicação social local e nacional, uma vez que a vítima, Fernando Camelo de Almeida, para além de Presidente da Concelhia do CDS, é Deputado da Assembleia Municipal de Ovar, órgão no qual desenvolve uma actividade política intensa e combativa, por vezes incómoda para o actual executivo.
Registamos a prudência das declarações públicas prestadas por este, reveladoras do sentido de responsabilidade que se espera de um autarca, no sentido de, por um lado, não perturbar a investigação e, por outro, não gerar uma situação de alarme social.
Na sequência deste incidente, e em sentido contrário, o Presidente da Câmara Municipal de Ovar, que é também Vice-Presidente da Comissão Política Nacional do PSD, publicou na sua página pessoal do Facebook, no dia 30 de Setembro, uma curta declaração, na qual lamentava a atenção prestada pela comunicação social ao incidente, na mesma data em que, no concelho, dizia este, foram iniciadas obras relevantes e se realizou um campeonato do mundo de uma modalidade desportiva.
Esta declaração do Presidente da Câmara revela a desvalorização do incidente que comporta uma enorme gravidade – trata-se de um crime contra a segurança pública e contra a integridade física de uma pessoa – devendo ser, portanto, merecedor de preocupação por parte do dirigente máximo do executivo camarário. Acresce a isto o facto de a vítima ser igualmente autarca, o que seria, adicionalmente, e à parte das divergências políticas normais em democracia, merecedor de uma palavra de solidariedade para com este e os seus familiares.
Sendo desconhecidas, quer a motivação, quer a autoria moral e material do crime, em fase de investigação, e dadas as declarações proferidas do Presidente da Câmara de Ovar, bem como a sua omissão relativamente à cortesia exigível nestas circunstâncias, ambas passam a ter uma leitura política, que os ovarenses serão certamente capazes de fazer: nem mesmo numa circunstância em que foi colocada em risco a vida de um ser humano é relevada para segundo plano a luta política e partidária.
Num momento em que o Presidente do PSD clama pela necessidade de um “banho de ética” na política, face às declarações deste seu Vice-Presidente, em coerência entre o discurso e a prática, seria exigível que fossem retiradas as devidas consequências políticas.
A TEM/CDS – Tendência Esperança em Movimento vem publicamente manifestar o seu repúdio por esta forma imprópria de fazer política, que não abona em favor da maturidade democrática, que seria exigível no actual regime político, revestindo-se de particular de gravidade pelo facto de o visado ser Vice-Presidente do maior partido da oposição na Assembleia da República.
A TEM/CDS manifesta por último a sua solidariedade para com o Presidente da Comissão Política Concelhia do CDS de Ovar e membro da TEM/CDS, que considera ser um exemplo de dedicação e serviço ao seu concelho, ao partido e ao país. Que este episódio seja motivo de reforço da sua determinação na acção política em favor dos ovarenses.
A Comissão Executiva da TEM/CDS
Documentos
Nota de imprensa, 4 de Outubro de 2018