por Luís Claro/Jornal i
Manuel Monteiro está a preparar o regresso ao CDS e poderá voltar a filiar-se antes das eleições europeias, que se realizam em maio de 2019. O ex-líder do partido, que saiu em rutura com Paulo Portas há 15 anos, tem apoios para regressar e vontade de ter uma atividade política mais intensa.
Ao i, Monteiro garante que “se voltar a ter intervenção política” será no CDS. “Se eu decidir regressar à política fá-lo-ei no CDS, reinscrever-me-ei, porque creio que o CDS pode protagonizar um espaço mais alargado da direita e do centro-direita português”. Admite também que tem falado com “algumas pessoas” sobre um eventual regresso.
O ex-presidente centrista afastou-se do partido em 2003 e fundou o PND (Partido da Nova Democracia). Ultimamente reaproximou-se do partido que liderou durante quatro anos, entre 1992 e 1996. Apoiou a candidatura de Assunção Cristas à câmara de Lisboa e participou em iniciativas do partido e da Juventude Popular.
A proximidade que passou a ter com alguns centristas ajudou. “É uma das figuras mais emblemáticas do CDS e o seu regresso é algo desejado pela esmagadora maioria dos seus militantes. O CDS não pode ter outra atitude que não seja a de o acolher e saudar o seu retorno”, diz ao i Abel Matos Santos, porta-voz da Tendência Esperança em Movimento (TEM), uma corrente de opinião dentro do CDS. Raúl de Almeida, conselheiro nacional e ex-deputado, também já assumiu que este “é o tempo de sarar velhas feridas e de o partido se reconciliar com o seu passado”.
Monteiro assumiu, numa entrevista à SIC, em Março, que não colocava de parte a hipótese de regressar. Os mais próximos de Paulo Portas não demoraram muito a tentar fechar a porta que o ex-líder tinha acabado de abrir. Cecília Meireles, vice-presidente do partido, defendeu que “não faz sentido” e lembrou que Manuel Monteiro “decidiu abandonar o CDS para fazer outro partido”. Assunção Cristas não foi tão longe, mas admitiu que existem “mágoas” que só o tempo permitirá ultrapassar.
“desejo-lhe felicidades”
Manuel Monteiro, noticiou o semanário “SOL”, foi sondado por pessoas do círculo de Santana Lopes para um novo projeto político, mas não se mostrou interessado. “Desejo-lhe felicidade, mas não estarei lá”, diz.
O ex-líder do CDS, que em 2003 também fundou um partido de direita, não alinha, porém, com os que condenam o novo projeto político ao insucesso. “Não me atrevo a dizer que não há espaço. Não é pelo facto de, no passado, alguns projetos não terem tido sucesso que não possam ter agora”. O fundador do PND defende, no entanto, que “um partido liberal dificilmente terá sucesso”, porque “Portugal, no bom e no mau sentido, é muito dependente do Estado”.
Ainda não se sabe quando é que Santana tenciona desfiliar-se do PSD e se vai mesmo avançar com um novo partido. Se o fizer, de acordo com o jornal “Expresso”, será a tempo de concorrer às eleições legislativas, que se realizam em 2019.
Atualmente, Santana, que se candidatou há seis meses à liderança do PSD e perdeu com cerca de 45% dos votos, tem um programa de comentário na SIC com Carlos César, líder parlamentar do PS. Neste espaço, na última terça-feira, defendeu que “o centro-direita em Portugal está desequilibrado” e “não transmite aos seus eleitores a vontade de querer ganhar. Há muita coisa a fazer nessa matéria”. Não respondeu à pergunta sobre quando vai desfiliar-se, mas deverá dar novidades nas próximas semanas.
Concordo com o regresso.
Que venha em paz e com vontade de trabalhar pelo bem comum.
Respeitosos cumprimentos
10.07.18
Albino Ferreira Alfaiate
O regresso de Manuel Monteiro sera optimo para o CDS. Não só porque expressa um espirito de abertura que Paulo Portas encerrou, como encarna a dimensão de um grande politico, com elevado sentido de Estado, em que prima por uma determinação do sentido de serviço público, que não existe na quase totalidade hoje na classe politica.