TEM pede “investigação exaustiva” a eleições na distrital do Porto

Lusa

O porta-voz da tendência do CDS-PP “Esperança em Movimento” pediu hoje uma “investigação exaustiva” às eleições distritais do Porto e a demissão do presidente da mesa distrital do Porto do cargo que ocupa no Conselho Nacional de Fiscalização.

Em nome do princípio da unidade dos militantes e do Porto devia demitir-se. Entendemos que uma pessoa que se comportou daquela maneira, no nosso entendimento, extravasando as suas competências, não pode ter a confiança da presidente do partido”, disse à Lusa Abel Matos Santos.

A tendência Esperança em Movimento (TEM) reuniu-se hoje com a líder do CDS-PP, Assunção Cristas, na sede do partido, em Lisboa, e pediu uma “investigação exaustiva” às eleições para a liderança da distrital do Porto, que decorreram no sábado entre polémica, com a impossibilidade de votar de militantes da Juventude Popular (JP) e Federação dos Trabalhadores Democratas-Cristãos (FTDC).

Fernando Barbosa, até agora vice-presidente da Distrital do CDS/Porto, venceu no sábado as eleições à liderança daquele órgão, derrotando a vice-presidente do partido, Cecília Meireles.

De acordo com fonte da distrital, Barbosa obteve cerca de 979 votos na votação para a comissão política e Cecília Meireles 672, ao passo que a candidatura do vencedor aponta para um triunfo por cerca de 60% dos votos, num distrito que conta com cerca de 6.500 militantes.

A TEM defende que, independentemente de qualquer irregularidade que venha a ser detetada, houve “ingerência nas organizações autónomas” do partido por parte de Henrique Campos Cunha, presidente da Mesa do Plenário Distrital do Porto, que é simultaneamente vice-presidente do Conselho Nacional de Fiscalização.

De acordo com Abel Matos Santos, “não houve nem um comportamento rigoroso nem uma interpretação clara das competências”, desde logo ao “sonegar cadernos eleitorais”, intervindo “de forma grosseira na vida das organizações autónomas” e nem, assim, condições políticas para permanecer no órgão nacional.

“O que se passou foi de uma gravidade extrema. Divide as pessoas e não dá credibilidade ao partido”, sublinhou.

Uma “completa e total transparência” nas contas do partido e do CDS/Madeira foi outra das matérias abordadas pelos representantes da TEM no encontro com Assunção Cristas, argumentando que “não pode haver mácula” na vida interna do partido.

No Conselho Nacional de 12 de maio, os membros da TEM com assento no Conselho Nacional, órgão máximo do partido entre congressos, abstiveram-se na votação das contas do partido, alegando que lhes foi prometida a sua divulgação, o que ainda não aconteceu.

Esta reivindicação de transparência nas contas nacionais juntou-se à de divulgação das contas do CDS-PP da Madeira.

Na reunião com Assunção Cristas a TEM reiterou o pedido de demissão do secretário-geral adjunto Manuel Gonçalves, que consideram não desempenhar as suas funções com “imparcialidade e equidistância” desde que integrou uma lista (que foi derrotada) às eleições para a concelhia do Porto.